Eu acredito fortemente que todos nós passamos por uma crise profissional após os 30 anos… ou seria uma crise existencial?
Alguns anos atrás eu mesma passei por essa “crise” que carinhosamente gosto de chamar de “fase de autoconhecimento profundo”.
Essa minha fase começou aos meus 29 anos, logo após a morte do meu pai. Foi uma fase difícil em que eu me sentia muito perdida e nada mais fazia sentido ser do jeito que era. O meu trabalho, a minha carreira, como eu me vestia, onde eu morava e até como eu me relacionava com as pessoas…
Eu decidi mudar. Me capacitei de várias formas, pedi ajuda, mudei de hábitos, comecei a me importar mais comigo em todos os sentidos. Tive uma fase mais intensa, mas eu continuo mudando… Todos os dias.
Sinceramente, eu não sei se o termo correto é “crise existencial”, “profissional”, “crise da meia idade” ou “crise que aconteceria de qualquer forma na vida adulta”.
Eu não acredito que existe uma “regra” da “crise existencial”.
Pode ser que para alguns ela aconteça com mais ou menos intensidade. Para outros, pode ser que ela aconteça aos 29, 35, mas também pode ser aos 48 ou 55, pois isso depende da pessoa e de suas circunstâncias de vida.
Para algumas pessoas essa “crise existencial” pode se manifestar com mais intensidade na “vida profissional”.
O que na verdade é bem comum. Pois, depois de anos fazendo a mesma coisa, muitas pessoas dizem que o trabalho perdeu o sentido e tem uma grande vontade de mudar, contudo, também possuem um grande medo de recomeçar.
Teoricamente a crise existencial aconteceria aos 40 anos, naquela data que você olha pra trás e sabe que metade da sua existência passou se levarmos em conta a expectativa de vida atual. Contudo, eu acredito que independentemente da idade, acontecem coisas nas nossas vidas que nos convidam a repensar tudo e acho que foi isso que aconteceu comigo.
O psicólogo Daniel J. Levinson define essa crise existencial como a transição da meia-idade: um período de desenvolvimento como adultos. É o momento em que as pessoas param para refletir sobre suas vidas, avaliando o que têm.
É a fase que a pessoa avalia o que foi alcançado versus o que eles queriam alcançar no passado, avaliando as decisões tomadas e o grau de satisfação com elas em todas as áreas importantes de suas vidas: relacionamento com o parceiro, família, filhos, trabalho, amizades, desenvolvimento pessoal, etc.
A partir dessa análise exaustiva, muitas vezes as pessoas tomam decisões de mudança: sair do relacionamento, empreender, mudar de cidade, reinventar-se profissionalmente, retomar paixões do passado.
Levinson considera a crise da meia-idade de natureza evolutiva. Ele diz que as mudanças típicas da evolução do indivíduo somam-se a outras crises circunstanciais que aumentam a vontade de recomeçar do zero e acabar com aquilo que não está bom. Em suma, para ele isso faz parte do nosso desenvolvimento como pessoa. E olhando para minha própria experiência, eu concordo com ele.
Alguns sinais que você pode estar passando por essa “crise” são:
· Um desejo por mudança
· Se sente perdido emocionalmente
· Se questiona como você está vivendo
· Se arrepende sobre as decisões que fez e anda fazendo
· Indeciso e com medo de materializar as coisas
· Desânimo profissional, está agindo no automático.
· Preocupação com a saúde física e mental
Bom, se você estiver passando por isso, saiba que você não está sozinho. Outras pessoas também sentem isso por aí, só que muitas não falam.
Comece a sair da crise com esses 3 conselhos:
- Peça ajuda profissional, se interesse por isso que você esta sentindo.
- Procure a opinião e apoio daqueles que possam te ajudar a analisar os fatos do ponto de vista de quem já fez a mudança que você quer fazer.
- Evite procurar a aprovação daqueles que nunca mudaram, mesmo que você os ame.
A evolução e o recomeço fazem parte das nossas vidas, não tenham medo de recomeçar.
Do ponto de vista de carreira, os 40 anos ( a meia idade) é uma idade extremamente ativa e produtiva. Recomeços profissionais não tem necessariamente a ver com a idade, mas sim com a nossa capacidade de se atualizar, se reinventar e de ter a humildade de pedir ajuda e a coragem de refazer caminhos.
A minha reflexão da quinzena: Tudo que vale a pena dá trabalho e a nossa vida vale a pena!
Vamos trabalhar nisso e ser feliz no trabalho?
Até breve,
Regina Reis
